O dinheiro digital que quer mudar o mundo

“O futuro chegou”, “o dinheiro de papel está se tornando obsoleto”, “a revolução financeira chegou”… Essas e outras frases acompanham as discussões sobre blockchain e criptomoedas e onde muitas pessoas estão apostando. São assuntos um pouco mais complicados, pois mistura economia e tecnologia e eu ainda quero falar da parte ambiental. Vou abordar esses tópicos aqui:

Blockchain

Criptomoedas

Mineração

Impacto ambiental

Vale a pena?

Alternativas

Meus 2 centavos


Blockchain

É uma tecnologia de registro descentralizada que é quase impossível de ser fraudada e que os registros não podem ser apagados. O que significa? Tecnologicamente é bem difícil de detalhar, mas vamos de exemplo pra entender a lógica.

Imagine que todas as pessoas que nascem no mundo tem seu registro feito num cartório. Só que não é um cartório como o da sua cidade. É um cartório público, que todos podem consultar rapidamente; em rede, onde cada registro feito é replicado em vários outros prédios; nenhum registro nele pode ser apagado e várias pessoas conferem as informações antes do registro ser aprovado. Ao nascer você tem seu registro feito e seu estado civil é “Solteira”.

Um dia você se apaixona e um tempo depois resolve se casar com essa pessoa. Antes de começar a definir a festa, bastaria uma rápida consulta nesse cartório para saber qual é o verdadeiro estado civil dela, só para evitar uma dor de cabeça, já que aqui no Brasil, juridicamente, você não pode ser casar com mais de uma pessoa.

Ela pode estar “Solteira” e, como é impossível apagar os registros, você também vai saber se essa pessoa já se casou antes e com quais pessoas. Ou seja fica uma ficha corrida relacionada ao estado civil de cada pessoa. Essa é ideia básica da blockchain.

Uma tradução ao pé da letra seria: corrente (chain) de blocos (block). Ao invés de você ter um bloco com informações que é constantemente atualizado, você teria uma corrente de blocos, mostrando todas as alterações que aquele bloco passou ao longo do tempo. Isso é ótimo para sistema de auditoria de cadeias produtivas, por exemplo. Tudo seria registrado em vários computadores diferentes. Se alguém quiser fraudar, vai precisar alterar em vários lugares, o que dificulta muito.

A blockchain poderia ser uma substituição a confiança que temos nas pessoas pela validação por algoritmos e tecnologia, ajudando nas atividades que fazem transações. Também se espera que diminua a dependência de instituições centralizadoras como bancos e até mesmo o Estado, que hoje em dia são as responsáveis por dar essas validações por registros bancários e certidões, por exemplo.

Há também quem diga que a “blockchain é uma tecnologia em busca de problemas a serem solucionados” (Web3 is bulshit; Eight Reasons To Be Skeptical About Blockchain; Blockchain, the amazing solution for almost nothing).

Na palestra de Larsen, ela compara o processo FOMO de busca de problemas para serem solucionados com blockchain: https://www.youtube.com/watch?v=0HppDzMemjE

Há poucas aplicações práticas, a grande maioria das pessoas não depende de nenhuma forma dessa tecnologia. Hoje em dia ela é mais aplicada para criptomoedas e recentemente nas NTFs.

Criptomoedas

As criptomoedas (vou abreviar para cryptos aqui no texto) vem sendo exaltadas como algo que revolucionará o mundo, o comércio, mercado financeiro, etc… Traria a descentralização monetária, nos deixaria livres do controle governamental e monopólios.

Cryptos como Bitcoin, Dogecoin e Ethereum, usam a tecnologia blockchain para atestar a validade das transações. Quando pensamos nas transações online não é fácil, às vezes nem possível, criar confiança com quem está nos vendendo algo.

Pensando em pagamento feito pela internet usando uma crypto entre diferentes países, se eu te transfiro um valor essa transação vai ser validada por várias outras pessoas, atestando que eu te paguei. Sem precisar pagar as altas de banco ou dos serviço de pagamento comuns. É mais rápido do que transferir pelos meios convencionais de transferências internacionais e você não precisa confiar num comprovante que eu gerei, já que você pode confirmar essa transação.

Existe a confusão de que as cryptos seriam completamente anônimas. Tanto que a Bitcoin ganhou projeção por ser usada para compras na Silk Road, para compra de produtos ilícitos. A maioria das cryptos são pseudônimas, isso é, você vai usar o número da sua carteira ao invés do seu nome próprio, mas sua carteira pode ser rastreada e assim conseguirem te identificar. Como as transações são públicas se você sabe q uma pessoa comprou um serviço por Bitcoin numa determinada data, você pode associar o número conta a essa pessoa e descobrir todas as transações feitas.

Algumas cryptos são (ou alegam ser) completamente anônimas. Isso poderia ser bom para proteger ativistas de perseguições políticas, porém também pode ser usado para, por exemplo, tráfico humano. A anonimidade parece ser um ponto importante para os usuários de cryptos, tanto que quem criou a Bitcoin usou o pseudônimo de Satoshi Nakamoto e até hoje não se sabe quem ele seria ou que grupo de pessoas ele seria.

A proposta de descentralização é uma bandeira importante para a comunidade de cryptos, libertar os indivíduos do monopólio de grandes empresas de finanças e dos bancos. Para isso cada indivíduo tem que se tornar seu próprio banco, cuidando das suas moedas digitais.

São nas carteiras digitais que as cryptos ficam guardadas e é preciso algum cuidado extra: um programador perdeu US$ 200 milhões porque perdeu a senha de acesso à sua carteira digital, outra pessoa perdeu o acesso a carteira porque teve seu computador formatado onde ficavam guardadas suas chaves digitais. As transações são validadas em rede, mas o seu acesso ao dinheiro pode depender só de você e sua senha. Hoje em dia já existem serviços para recuperação das carteiras digitais, uma emprsa diz receber cerca de 70 pedidos de recuperação por dia.

As transações em cryptos também não são muito animadoras para o dia-a-dia. Um pagamento em Bitcoin vai levar muito mais tempo, por conta da validação em rede, para ser concluído do que um pagamento com cartão de crédito, débito ou um pix.

Mineração

Para evitar falar muita besteira, vou focar numa das moedas mais usadas, a Bitcoin. Sendo baseada em blockchain, existe uma rede de pessoas com computadores que vai fazer o registro e validação das transações em Bitcoin, que é chamada “Proof-of-Work” (tradução, prova de trabalho), que atesta que as pessoas tenham o saldo para utilizar e que a outra recebeu o valor e terá o saldo atualizado, buscando o consenso entre várias partes.

A Proof-of-Work é feita por processos de tentativa e erro que tentam conferir as Hashs, que são algo como uma assinatura com um código único e aleatório, esse artigo em inglês explica melhor o processo sem usar termos técnicos. Esse processo usa muito poder computacional e energia, além disso ele precisa que mais de um usuário ateste a validade da transação. Em média cada transação leva 10 minutos para ser completada, mas pode levar só alguns segundos ou até mesmo 90 minutos.

Esse trabalho de verificar e registrar as Bitcoins é chamado de mineração. Quase todas as transações deixam uma taxa em crypto para as pessoas que fazem o trabalho. Quanto maior a taxa que você pagar para os mineradores, mais rápida será concluída sua transação, já que os mineradores também podem priorizar esses processamentos.

Esse modelo baseado na Proof-of-Work acaba privilegiando que tem mais poder de processamento, quem pode comprar uma processador mais potente e quem tem acesso a energia elétrica mais barata. Quem consegue resolver os desafios matemáticos mais rápido, consegue obter mais Bitcoins. No caso dessa crypto, a criação de novas Bitcoin tem uma taxa definida, se os mineradores começarem a processar mais rapidamente, os desafios ficam mais difíceis (consumindo mais processamento e energia ainda).

Isso levou a criação de Fazendas de Mineração, que são galpões cheios de computadores dedicados a fazer mineração. Esses galpões consomem absurdos em energia e também precisam ter temperatura controlada para evitar o superaquecimento desse exército de máquinas trabalhando 24 horas por dia. Há também que roube energia de outros lugares só para fazer mineração. Há termoelétricas que estariam fechadas se elas mesmas não estivessem minerando Bitcoins. Hoje em dia a China está banindo a Bitcoin.

Fazenda de Mineração de criptomoeda. Foto de Marko Ahtisaariem https://www.flickr.com/photos/moia/14266642578/in/photostream/

Apesar da intenção de descentralizar o poder nas cryptos, isso não parece estar acontecendo com a Bitcoin. Com os custos cada vez mais altos com o surgimento das fazendas, a mineração ficou cada vez mais concentrada em poucas empresas. Hoje cerca de 27% das Bitcoins existentes estão em posse de apenas 0,01% dos usuários, o que é mais desigual do que vemos na distribuição de renda no mundo. Existe um site que compara as cryptos e mostra qual a concentração de cada uma.

Ainda tem o fato de que existe um limite estipulado de 21 milhões de Bitcoins. Quanto mais Bitcoin são feitas, maior é o trabalho de mineração necessário para criar novas Bitcoins. Quando a rede era nova isso atrairia pessoas dispostas a investir energia na rede que, pelo pionerismo, teriam mais recompensas em cryptos. Hoje em dia começar a minerar essa moeda digital vai exigir muito mais energia e as grande empresas de mineração acabam se destacando.

Agora, quanto custa uma Bitcoin? Não existe uma utilidade em si mesma, como ouro ou feijão. Não tem uma autoridade central que possa controlar seu valor pela emissão de mais ou menos moedas, como um Banco Central. O valor está no quanto as pessoas atribuem a ela, por usá-la como uma ferramenta para trocas. Hoje (23/12/2021), um Bitcoin está valorizado em US$ 50.761,00. Esse é um dos pontos mais confusos pra mim, que sou das Ciências da Terra e Exatas, atribuir valor às coisas é uma discussão muito rica e profunda, mas não vou ter tempo nem de pesquisar nem de falar muito sobre isso.

A falta de regulamentação também traz alguns problemas para quem usa Bitcoin. O valor das cryptos tem sido muito voláteis, em 2021 teve variações diárias de -12% e +15%. Diferentemente do mercado de finanças tradicional, jornalistas que possuem investimentos em cryptos podem influenciar leitores. O mercado de cryptos sofrem muita influência de celebridades da tecnologia: bastou Elon Musk falar sobre a crypto Dogecoin que o preço dela subiu 12%, da mesma forma quando Musk fez uma piada sobre a Dogecoin num programa de humor seu valor despencou em 30%. Essa volatilidade torna as cryptos um investimento de altíssimo risco no momento.

Por conta de poucos lugares aceitarem Bitcoin para compras (apesar de estar aumentando) e pela volatilidade, a forma mais lucrativa para se utilizar tem sido comprar, esperar aumentar o preço e vender, o que traz um aspecto bem especulativo para as cryptos . Diversos analistas econômicos veem dizendo que muitas cryptos se apoiam na Teoria do Mais Tolo, quando alguém compra algo na expectativa de que outra pessoa compre por um preço mais alto.

Um dos principais pontos das cryptos como investimento é que são muito difíceis de compreender. Se investir na bolsa de valores já é algo complicado para a maioria das pessoas, as cryptos trazem essa camada de tecnologias novíssimas para confundir mais. Durante a pesquisa só consegui lembrar do conto “A Nova Roupa do Rei“, um charlatão diz que fez uma roupa que só os inteligentes conseguem enxergá-la, o rei a “veste” e para não passar vergonha e ser visto como burro, todo mundo diz q acha a roupa linda.

Impacto Ambiental

Se você leu as seções anteriores já deve ter uma ideia que a utilização de cryptos causam um impacto ambiental. O levantamento do Centro para Finanças Alternativas da Universidade de Cambridge mostrou o tamanho do consumo da mineração de Bitcoin: a mesma energia usada para minerar a crypto por um ano é quase o consumo de energia de um ano de toda a Argentina, cerca de 117,6 TWh/ano. Cada transação de Bitcoin gasta cerca de 1.173 kWh.

Na Quartz um artigo ilustra o consumo de energia da mineração de Bitcoin: em um dia se consome o equivalente à um navio de 24 mil containers de baterias AA. Há uma página com várias informações e gráficos do portal Digiconomist sobre o consumo de energia de Bitcoin.

A grande questão do consumo energético é que:

  1. A maior parte da nossa energia é ainda gerada pela queima de combustíveis fósseis, emitindo CO2 que amplifica as mudanças climáticas já em andamento. Se estima que a mineração de Bitcoin deva emitir cerca de 97,14 Mt CO2 ao ano.
  2. Mesmo usando fontes de energia renováveis, ainda há uma série de impactos ambientais relacionados com a geração de energia e/ou armazenamento
  3. O consumo intenso de energia pode provocar falta de energia ou um grande aumento na conta de luz de outros cidadãos

Além disso, a mineração gera muito lixo eletrônico, aproximadamente 272 grama de lixo eletrônico por transação ou 30,7 mil toneladas por ano. Isso é devido ao uso de ASICs (Application-Specific Integrated Circuit, tradução: circuito integrado para aplicação específica), dispositivos voltados exclusivamente para mineração. Depois de algum tempo em funcionamento os ASICs passam a consumir mais energia para minerar, levando eles a serem descartados e substituídos em cerca de 1,29 ano.

Um modelo de ASIC

Mas não é só isso, estamos passando por um momento de falta de chips no mercado global. Empresas de placas gráficas estão tentando evitar que os mineradores de cryptos acabem com os estoques e deixem um pouco para outros usuários.

Várias empresas de olho no aumento do valor da Bitcoin e outras crypto estão reativando usinas termoelétricas e estimulando empresas de combustíveis fósseis a continuar produzindo para investir nesse mercado.

Justifica o impacto?

Os cryptobros (galera imersa na cultura de criptomoedas que as defendem, vendem e estimulam o uso delas, na grande maioria são homens brancos cis…) vão dizer que tudo gera impacto: “veja o impacto do sistema bancário atual”. Segundo o relatório da Gallaxy Digital, o setor bancário tradicional consome 263,72 TWh/ano enquanto a rede Bitcoin consome apenas 113,89 TWh/ano, ou seja, bancos consomem mais que o dobro que Bitcoin. Vamos comparar o alcance dos dos sistemas:

Se estima que existem entre 2,9 e 5,82 milhões de usuários de cryptos (0,07549% da população mundial), temos cerca de 268.364 transações por dia em Bitcoin.

Considerando que cerca de 68,52% da população mundial tem acesso a serviços bancários, o equivalente a 5,28 bilhões de pessoas, nos meios comuns (bancos, transferência, cartões de crédito e débito, etc…) acontecem cerca de 243,6 bilhões de transações anuais sem contar transações em dinheiro em papel, ou seja, umas 667,4 milhões por dia.

Ok, o sistema bancário consome mais que Bitcoin, mas são 900x mais pessoas atendidas e transações realizadas.

Se fala que muito que as cryptos vão aumentar o acesso de serviços financeiros às pessoas desbancarizadas (que não têm conta bancária ou que não a movimentam há pelo menos seis meses). Para usar as cryptos é essencial que haja acesso à internet, no mundo a cobertura de internet é de 56,7% no mundo (73,9% no Brasil – cobertura de internet não significa internet boa). Um pouco menor que o acesso a serviços bancários (68,52%).

Talvez algo digital não seja a solução necessária. Aqui no Brasil temos por exemplo as agências dos Correios que oferecem serviços bancários em várias localidades mais isoladas. Imagino que empresas de fintech que oferecem contas sem tarifa tenham contribuído muito para bancarização das pessoas no Brasil (em 2014 eram 41,9% sem conta e em 2017 caiu para 30%).

O relatório “The Global Findex Database” de 2017 faz um diagnóstico sobre inclusão financeira. Alguns pontos são bem claros, os desbancarizados são:

  • 56% são mulheres (olá, cryptobros…)
  • 62% tem educação primária ou menos
  • 60% diz não ter pouco ou nenhum dinheiro

Não vejo como utilizar cryptos ajudaria essas pessoas. Sem falar que o discurso de descentralização do sistema bancário até agora não parece estar acontecendo nem dentro da Bitcoin, como falei antes, existe uma grande concentração de Bitcoins nas mãos de poucos.

Há Salvação?

Blockchain e criptomoedas são tecnologias recentes que ainda podem ser aprimoradas. Hoje existe um oceano de cryptos, se estima que existam mais de 8 mil cryptos, não duvido que a cada mês seja divulgada uma nova. Boa parte do que falei foi voltado só para uma crypto: Bitcoin que usa Proof-of-Work, porque tem cerca 40% do mercado de cryptos, a segunda crypto é a Ethereum com quase 20%.

Muitos analistas apostam que os impactos ambientais do uso de cryptos pode ser resolvidos com ajustes tecnológicos ao longo da sua evolução. Há várias cryptos criadas se propondo a ser sustentáveis. Algumas apostam em utilizar apenas energias de fontes renováveis, mas a gente tem que lembrar que energias renováveis não são isentas de impacto, elas só impactam menos na emissão de CO2. Outras apostam em alternativas à Proof-of-Work.

Um exemplo foi a crypto Chia, que se baseia na “Proof of Space and Time” (Prova de espaço e tempo) que considera quanto tempo um provador gastou mantendo um espaço no disco rígido inalterado. Quando começou a aumentar o valor dessa crypto, os estoques de discos rígidos começaram a se esgotar.

A alternativa mais popular à Proof-of-Work é a Proof-of-Stake (Prova de Participação/Aposta). A Ethereum, que é a segunda mais popular crypto, tem anunciado a intenção de migrar para essa forma de consenso. É só falar no twitter que cryptos consomem muita energia que surge um monte de perfis falando “proof-of-stake é melhor, gasta menos energia, etc…”

Na Proof-of-Work há a mineração (tentar encontrar números aleatórios), quem minera (mais esforço computacional) mais tem mais chance de ter a recompensa. Na Proof-of-Stake, a provadora (pessoa que verifica a transação) tem que reservar uma parte das suas “moedas” por um tempo para mostrar que participa da rede da crypto, quanto mais moedas mais chance de receber a recompensa. No momento a principal crypto baseada em Proof-of-Stake é a Solana que tem 2,41% do mercado de cryptos

Por enquanto ainda há muitas críticas e problemas a serem enfrentados pela Proof-of-Stake. Seria um sistema com grandes chances de privilegiar usuários mais antigos e que tenham mais moedas, além de haver dúvidas sobre a segurança do método e se seria uma lógica autoreferenciada.

Opinião

Num aspecto mais idealista, acho curioso que ao invés de criarmos formas de estabelecer confiança entre as partes criamos uma infinidade de formas que consomem nosso planeta para trocar algo que pensamos ter valor.

Depois dessa pesquisa não vejo como as cryptos podem ser uma forma de democratização das finanças no mundo. A começar pela dificuldade de compreender o sistema. Qualquer pessoa que tem pouco dinheiro e é minimamente precavida vai querer entender como as cryptos funcionam, isso vai demandar bastante tempo dela.

O acesso a educação, energia elétrica, poder computacional é completamente desigual no mundo. Não vejo nenhuma forma em que todas as pessoas tenham condições reais de cuidar de suas carteiras digitais nem de minerar ou participar na Proof-of-Stake de forma equitável. Até mesmo pessoas que acreditam que o capitalismo é o melhor sistema enxergam que as cryptos são muito problemáticas nos modelos atuais.

O que mais vejo são pessoas que já tem muita experiência com mercados de renda variável venderem as cryptos como algo incrível e mostrarem seus altos lucros vindos da especulação. Para mim, ainda falta muita evolução paras cryptos começaram a trazer os benefícios prometidos, que só serão possíveis num mundo sem desigualdade. Mas será que, sem desigualdade e necessidade de competir pelos direitos básicos, ai poderíamos reestabelecer a confiança entre as partes?


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